II Encontro de Mulheres Negras na Dança
(Colaboradores Fomento) – Nave Gris Cia Cênica
Proposta da Nave Gris Cia Cênica, o Encontro de Mulheres Negras na Dança, enquanto ação estética e política, revela a trajetória, experiência e a produção de artistas negras na dança, para a construção de uma memória que não apague o movimento vivo dessas artistas, que se destacam como criadoras, intérpretes, coreógrafas e pensadoras com seus posicionamentos éticos e histórias que habitam seus corpos.
Esta segunda edição reúne cinco trabalhos cênicos que revelam diversas perspectivas sobre o fazer artístico, a exposição fotográfica Mulheres Negras na Dança e dois workshops.
Kanzelumuka e Murilo De Paula, em parceria com Fredyson Cunha, compõem a Nave Gris Cia Cênica.
O II Encontro de Mulheres Negras na Dança faz parte do projeto A-VÓS, contemplado pela 21ª edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo.
De 3 a 8/07 (de segunda a sábado)
Exposição
Exposição “Mulheres Negras na Dança”,
Abertura: performance “Leite Derramado”, de Ana Musidora
Com fotografias clicadas pela artista visual Mônica Cardim e imagens do acervo pessoal de cada uma das artistas convidadas para as duas edições do Encontro, “Mulheres Negras na Dança” faz um breve retrato da trajetória artística e pessoal dessas mulheres. Disponibilizando um arquivo vivo interativo, o público pode colaborar para o registro de artistas negras atuantes na cidade.
Dias 4 e 5/07 (terça e quarta)
10h às 13h – Workshop – Devolve à pélvis o que é da pélvis
Deise de Brito e Talita Bonfim (percussão) – Núcleo Vênus Negra.
O foco do encontro é a criação de dramaturgias corporais, a partir da interligação entre pélvis, nádegas, coxas e pés. A proposta se ancora em algumas expressões negro-diaspóricas, tais como a Dança-Afro e o Samba, incluídas as relações com as corporeidades cotidianas. A ideia é que, nos dois dias, os participantes reconectem-se com esse circuito específico do corpo e seus respectivos conjuntos de gestualidade. As vivências serão conduzidas pela bailarina e atriz
Dias 4 e 5/07 (terça e quarta)
16h às 19h – Workshop – Dança Negra Contemporânea
Cristina Matamba
O encontro mostra que dançar é transmitir certo estado de espírito, uma maneira de se ver e de ver o mundo, de sentir plenamente o corpo e o utilizar para conhecer outros sentimentos e sensações.
Cristina Matamba foi dançarina e coreógrafa do Ballet Afro Kamberimbá e do Ballet Afro Koteban e também atuou como assistente de coreografia e dançarina na Cia. de Dança Negra Batá Kotô. Com estas companhias, se apresentou em diversas cidades do mundo, como Seul e Nova Iorque.
Dia 6/07 (quinta)
20h – Rés – Verônica Santos
O argumento do solo “Rés” reflete a experiência da intérprete nos trabalhos de assistência à casa de detenção feminina em Minas Gerais. Estas memórias, que hoje se somam às estatísticas de encarceramento em massa de mulheres nas mais diversas formas, são a base desta partilha estética.
Duração: 30 min | Classificação indicativa: livre
Dia 6/07 (quinta)
20h30 – Território Meu – Ciça di Cecilia
Autobiográfico, o solo investiga a relação da mulher negra com o assédio e o seu corpo, enquanto território de histórias e de apropriações frente à sociedade machista.
Duração: 40 min | Classificação indicativa: livre
Dia 7/07 (sexta)
20h – Conhece-te a ti mesmo
Ouvindo Passos Cia de Dança (Paula Salles)
O solo da bailarina Paula Salles sugere um diálogo poético na busca do autoconhecimento tendo como referência a influência da religiosidade nessas transformações. Mais do que um “autorretrato” coreográfico, “Conhece-te a ti mesmo” questiona os incessantes movimentos “migratórios” da sociedade contemporânea, a partir de experiências e memórias da intérprete, construídas durante o espetáculo.
Duração: 40 min | Classificação indicativa: livre
Dia 8/07 (sábado)
20h – Moringa – Coletivo 22
“Moringa expressa a ideia desse objeto, feito de terra e água, cozido ao fogo e esfriado pelo vento. Também traz uma textura lisa, úmida e na qualidade de receptáculo contém algo. Tudo é transformado pelo trabalho do oleiro, que na circularidade, desenha no tempo marcas do feminino – vagina, útero e seio. O elenco passeia por essa ideia de objeto e de construção que se funde com o corpo e seus movimentos.
Duração: 40 min | Classificação indicativa: livre
II Encontro de Mulheres Negras na Dança
Coordenação, concepção, pesquisa e curadoria: Kanzelumuka, Murilo De Paula
Colaboração: Fredyson Cunha
Produção executiva: Rochele Beatriz (Guria QProduz)
Assistência de produção: Antônio Franco
Fotógrafa da Exposição: Monica Cardim
Registro audiovisual e edição: Carlos Massingue